Processo utilizado na modelagem das placas de vidro. É um tipo de acabamento realizado nas bordas do vidro a fim de eliminar os ângulos retos, além de agregar predicados estéticos à chapa de vidro. A lapidação dos vidros tem o mesmo objetivo da lapidação nas pedras preciosas: Destacar ainda mais o acabamento do produto, ressaltando toda a beleza do material.
Não é possível precisar quando o processo começou a ser aplicado na indústria do vidro. Vale lembrar que, além de dar acabamento às folhas de vidro, a lapidação aumenta a resistência do material ao eliminar microfissuras que poderiam resultar em trincas e/ou quebra do material no futuro. A lapidação é considerada uma das etapas do beneficiamento do vidro.
Dessa forma, é interessante que a lapidação do vidro seja realizada por empresas altamente qualificadas e reconhecidas no setor, pois interferirá diretamente na durabilidade do produto, pois caso haja microfissuras no vidro, estas poderão aumentar com o tempo, causando o estilhaçamento do vidro.
No mercado vidreiro, a lapidação do vidro é realizada com o auxílio de rebolos diamantados, que podem ser pressionados manualmente ou com a ajuda de máquinas lapidadoras, que conseguem automatizar parte do trabalho, tornando-o mais ágil e cômodo.
A lapidação a partir do processo automático é realizada com equipamentos modernos que consiste na passagem da borda a ser processada sobre rebolos diamantados e de polimento.
Nesse procedimento, é o maquinário que segura o vidro durante sua passagem pelo rebolo; geralmente, o vidro fica fixado em uma mesa e o cabeçote com o rebolo é que se desloca para fazer a lapidação. No método manual, é o operador quem passa a borda do vidro no rebolo.
Antes da evolução tecnológica, a lapidação do vidro era realizada com discos de ferro fundido com areia e pedra. Vale lembrar que, em alguns lugares do Brasil, empresas de menor porte ainda utilizam esse método antigo. Também é possível encontrar lapidações realizadas com máquinas caseiras que utilizam apenas o rebolo diamantado.
Durante a lapidação, dentre diversas possibilidades, é possível deixar o canto reto, canto moeda, canto garrafa, bem como a lapidação 2G, 3G ou OG, muito utilizada na indústria moveleira, como por exemplo, na fabricação de tampos de mesa.
Entretanto, existem infinitas possibilidades de acabamento lapidado no vidro, como a lapidação bisotê, que consiste em um corte chanfrado nas extremidades do vidro com diferentes formatos, que atribuem estética sofisticada à chapa de vidro. A lapidação bisotê é indicada para aplicação em peças decorativas, como móveis ou espelhos.
Todo o processo realizado para tornar o vidro com lapidação perfeita requer equipamentos específicos. O procedimento de lapidação deve ser realizado, necessariamente, com o auxílio dos rebolos específicos, que são fabricados a partir de um aglomerado de abrasivos – como diamante, óxido de alumínio e carbureto de silício – além das ligas/ligantes – resinoides, metálicos, borracha e cerâmicos.
A combinação dos elementos abrasivos e das ligas resulta em rebolos com características indicadas para lapidar o vidro. Também, no processo de lapidação, a boa refrigeração dos equipamentos é fundamental. O líquido mais utilizado para cumprir essa função é a água.
Durante o processo, a água é direcionada ao ponto de contato entre a ferramenta e o vidro. O líquido deve estar limpo e não há necessidade de pressão, somente vazão para resfriar os equipamentos.
Entretanto, também pode ser utilizado o óxido de cério, considerado um dos melhores produtos para lapidar o vidro. O óxido de cério é utilizado diluído em água, o que forma uma pasta que, além de excelente polidora, possui características de abrasão, conferindo acabamento especial quando utilizado nas últimas posições do procedimento.
Importante frisar que a submissão das placas de vidro ao rebolo faz com que a peça perca todo o seu brilho. Por esse motivo, na etapa final da lapidação é realizado um polimento, também através de rebolos específicos, que serão responsáveis por devolver o brilho natural da peça de vidro. Lembramos que o acabamento luminoso do vidro agrega simetria e estética ao material.
O segmento vidreiro conta com rebolos diamantados e de polimento, indicados para a realização da lapidação. Enquanto que o rebolo diamantado participa do primeiro estágio da lapidação, o rebolo de polimento, composto por um grão de borracha, participa da segunda etapa.
Equipamentos apropriados e utilizados de maneira correta garantem uma placa de vidro sem microfissuras, resultando em peças com baixo índice de quebra.
Além do mais, é de suma importância que todo o processo de lapidação seja realizado com equipamentos de proteção individual – EPI e seja orientado por um profissional especializado em segurança do trabalho, presencialmente ou através de instruções específicas para a realização do procedimento.
Lembramos que o processo de lapidação das placas de vidro pode ser aplicado em todos os tipos de vidro, com exceção das folhas de vidro que foram submetidas a tratamento térmico, como os vidros temperados.