Doze anos após planejado, o arranha céu envidraçado Tour Triangle está pronto para sair do papel; entretanto, críticos do edifício tentam impedir o início das obras.
Projetado pelo estúdio suíço Herzog & de Meuron, o prédio envidraçado Tour Triangle começou a ser projetado ainda em 2006, mas devido ao seu tamanho e forma atípica – controversos na capital francesa – o projeto foi submetido à uma série de batalhas jurídicas e mudanças de planejamento que atrasaram a sua construção. Atualmente, o arranha-céu está pronto para ser erguido, porém, seu futuro ainda é incerto devido à uma última tentativa de impedimento por algumas autoridades, população e críticos do edifício.
O Tour Triangle estava em discussão desde o ano de 2008. Vale lembrar que esse arranha-céu foi o primeiro a ser autorizado pelo governo parisiense desde a construção da Monparnasse Tower, ainda no ano de 1973 – prédio que ainda segue sendo criticado por uma fatia da população. O Tour Triangle foi pensado para ser construído entre a Avenue Ernest Renan e Rua de Vaugirard, região importante e um dos eixos históricos da cidade, e por esse motivo causou polêmica entre moradores e alguns políticos parisienses que afirmam que uma obra com essas dimensões ofuscaria a região toda.
Outros críticos se atentam à forma triangular do prédio, fazendo alusão à um pedaço de chocolate da marca Toblerone ou à um pedaço de queijo, como disse o historiador de arte parisiense Didier Rykner:
“(…) Esta torre se apresenta no skyline de Paris, como um queijo brie gigante, o qual pode ser visto de qualquer lugar da cidade … e isso é um tremendo de um problema. Eu prefiro que o nosso queijo seja conhecido por outros motivos(…)”, disse o historiador.
A discussão em torno do Tour Triangle também é ativa no campo político. O Partido Verde já classificou a obra como uma aberração ecológica e se declarou contra a iniciativa, aguardando resultados preliminares de uma investigação sobre crime de responsabilidade fiscal do escritório da prefeitura de Paris. Já o grupo SOS Paris afirmou que a construção do prédio exigiria de 3 a 4 vezes mais concreto e aço se comparado a qualquer outro edifício adequado à escala arquitetônica da cidade.
Christine Nedelec, Secretária Geral do SOS Paris, afirma ainda que a forma irregular do Tour Triangle aumentaria significativamente o uso de energia elétrica para manter o edifício operando “(…) sua forma sugere que este edifício será como uma caldeira, a qual estará consumindo sempre o máximo de energia (…)”, completa.
Por outro lado, o atual partido da prefeita parisiense não se contrapôs a realização do projeto, indicado ser favorável à construção.
“(…) Será um ótimo mecanismo de desenvolvimento econômico e de capital, capaz de gerar mais de 5.000 novos empregos durante a sua fase de construção (…)” disse o porta voz do Partido Socialista em uma notícia publicada pelo The Telegraph.
Além disso, quando o imbróglio se resolver, a tendência é que o Tour Triangle conte com hotel, restaurante, bar, escritórios, creche, área comercial, salas e espaço de co-working, dentre outros segmentos estruturados pensados para a comunidade, o que aumentaria a oferta de emprego na região, teoricamente.
“(…) Projetamos a Tour Triangle para os parisienses e para a cidade de Paris, nosso maior desejo com este projeto é que este edifício seja acessível a todos, como um espaço para a vida em comunidade (…)” dizia um comunicado de atribuído a Jacques Herzog e Pierre de Meuron. Em complemento, os responsáveis pelo projeto garantem que o prédio será concebido com os mais altos padrões sustentáveis e possuirá selos de certificação verde que indicarão o baixo consumo de energia e alinhamento com as diretrizes do acordo de Paris.
É importante lembrar que em outras regiões do país os prédios altos e destaques são liberado, como é o caso do distrito comercial La Défense, que fica fora dos limites do centro histórico parisiense.
