Muito utilizada em ambientes corporativos, a neuroarquitetura consiste na personalização de ambientes como iniciativa para proporcionar o bem estar e integração nas atividades profissionais.
O que é?
A neuroarquitetura está ligada diretamente ao estudo da neurociência, aplicada no segmento arquitetônico. Resumidamente, a neuroarquitetura consegue demonstrar como os ambientes físicos interagem com nosso cérebro e oferece soluções objetivas para a melhoria de qualidade de vida de todos os envolvidos.
Vale lembrar que as interações da arquitetura com nosso cérebro podem ocorrer de maneira consciente ou inconscientemente, alterando as nossas emoções e, invariavelmente, descompondo nosso comportamento. Dessa forma, a neuroarquitetura visa criar espaços que estabeleçam melhor convivência entre as pessoas e os ambientes, tornando nosso cérebro mais criativo, feliz, sociável e produtivo.
Conforme demonstra a arquiteta e especialista no tema, Priscilla Bencke, “ Quando a gente fala em neurociência, falamos do comportamento do cérebro, nosso principal órgão; e quando a gente fala de arquitetura, falamos sobre os espaços físicos, dos ambientes, da luz, acústica, cheiro, enfim, de tudo que compõe o nosso entorno”.
Priscilla Bencke ainda complementa, afirmando que “a neuroarquitetura traz, através de explicações biológicas e racionais, a maneira como o espaço físico impacta diretamente no nosso cérebro e consequentemente muda o comportamento humano.” A arquiteta ainda lembra que a neuroarquitetura já vem sendo aplicada com frequência em ambientes comerciais, apesar de utilizar-se outras nomenclaturas.
Os estudos da neuroarquitetura envolve diversas pesquisas realizadas no exterior com cientistas e médicos especializados. Importante ressaltar que a Academia de Neurociência para a Arquitetura (ANFA), órgão criado para estimular o conceito e promover a troca de conhecimentos relacionados às pesquisas da neurociência e arquitetura, vem realizando conferências a cada dois anos para reunir profissionais de diversas áreas, a fim de alavancar o estudo e expandi-lo consideravelmente.
Neuroarquitetura no Brasil
No Brasil, a neuroarquitetura vem ganhando espaço considerável, sendo utilizada principalmente em projetos comerciais, onde a ciência consegue estimular o foco dos funcionários e melhorar sua produtividade. Entretanto, também pode ser aplicada em ambientes residenciais, criando espaços confortáveis e estimulantes.
Vale lembrar que, quando aplicada em ambientes corporativos, a neuroarquitetura influencia diretamente na saúde dos funcionários. Soma-se a isso o fato de que a busca pela produtividade e bem-estar no trabalho tem sido tema frequente de debate na sociedade.
Levando em consideração que a ciência consegue demonstrar evidências do impacto do ambiente no cérebro, conhecendo as bases dessa informação é possível a projeção de ambientes estratégicos, inteligentes e assertivos, que vão além da questão estética e estimulam a produtividade através da qualidade de vida e bem estar dos funcionários.
Outro exemplo de interação positiva da neuroarquitetura com os espaços físicos está nos ambientes escolares. O livro ‘Neuroeducação: Só é possível aprender aquilo que se ama’, escrito por Francisco Mora e lançado em 2010, aborda a importância da arquitetura do ambiente escolar para o aprendizado.
No capítulo dedicado ao tema, o escritor comenta sobre salas de aulas amplas, com janelas grandes para promover a entrada abundante de luz natural, que possibilitam que o aluno estude melhor, por exemplo.
“Há um movimento muito interessante que é o da neuroarquitetura, que visa à criação de escolas com formas inovadoras que gerem bem-estar enquanto se aprende. Novos edifícios nos quais, embora seja importante seu desenho arquitetônico, a luz seja contemplada, assim como a temperatura e o ruído, que tanto afetam o rendimento mental”. Comenta Francisco Mora, em entrevista recente ao jornal El País.
