A arquiteta mexicana Rozana Montiel é uma das vencedoras do Global Award for Sustainable Architecture 2019. O prêmio foca a promoção da ética arquitetônica sustentável e o crescimento de pesquisas, experimentação e transmissão nas áreas de renovação urbana, arquitetura sustentável e responsabilidade social.
O Global Award for Sustainable Architecture, premiação idealizada no ano de 2006 pela arquiteta e acadêmica Jana Revedin, condecora, todos os anos, cinco profissionais da arquitetura que de alguma forma auxiliaram para o desenvolvimento sustentável global, com abordagens inovadoras e participativas para suprir as necessidades sociais.
Rozana Montiel, arquiteta mexicana, foi a vencedora do Global Award for Sustainable Architecture 2019, juntamente com Ammar Khammash, Ersen Gürsel, Werner Sobek e Jorge Lobos. A cerimônia de premiação ocorrerá no próximo dia 13 de maio, em Paris.
A Premiação de Arquitetura Sustentável
Todos os anos desde 2006 o prêmio homenageia cinco profissionais da arquitetura que partilham da mesma crença de desenvolvimento sustentável e demonstram pioneirismo em abordagens inovadoras e holísticas para a sociedade.
O valor cultural da condecoração de arquitetura sustentável é garantido pela Cité de l’Architecture et du Patrimoine, museu de arquitetura e escultura monumental situado em Paris, no Palais de Chaillot. A instituição divulga os trabalhos dos arquitetos e sua respectiva contribuição no debate social e, desde a edição de 2017, passou a organizar a realização do prêmio, em companhia da fundadora do projeto, Jana Revedin, presidente do júri científico.
Rozana Montiel é arquiteta formada pela Universidad Iberoamericana (Cidade do México) em 1998, com mestrado em Arquitetura, Crítica e Projeto pela Universidade Politécnica da Catalunha UPC (Barcelona, 2000).
A arquiteta vencedora é diretora e fundadora de um escritório de arquitetura voltado para a atribuição de novos conceitos artísticos aos espaços e áreas públicas. Seu escritório trabalha em diferentes tipos de projetos e com diferentes escalas, que vão desde a cidade até micro objetos.
Conforme explica a vencedora do prêmio: “Nossos projetos propõem espaços para uma gestão social resiliente; a ocorrência desses espaços pode ser o resultado de um “estar junto” ou não. O que importa em uma proposta arquitetônica que pretende criar lugares é oferecer espaços para o livre gerenciamento, produzir horizontes de interação que permitam aos participantes negociar abertamente seus próprios limites naquele espaço comum”.
Vale lembrar que a abordagem participativa sustentável nos processos arquitetônicos e de planejamento urbano é um dos principais fundamentos analisados pelo júri científico. Os trabalhos devem apresentar outros princípios fundamentais, como flexibilidade, adequação técnica, ecológica e econômica, além de olhar para as novas preocupações da sociedade referente às desigualdades sociais e falta de respeito cultural.
Nesse cenário, Rozana Montiel complementa seu discurso, afirmando que a ativação do espaço público deixa mais fácil para um determinado grupo perceber o que eles são e o que não são quando estão inclusos. “[a ativação do espaço público permite] construir a comunidade fornecendo fóruns para a discussão aberta dos problemas existentes. O bem de uma comunidade pode ou não depender de ‘estar juntos’, mas o ponto de partida para o diálogo é sempre um espaço em comum.”
O Global Award for Sustainable Architecture já revelou diversos talentos arquitetônicos no século XXI, descobrindo nomes como Carin Smuts, Francis Kéré, Al Borde, Assemble, Wang Shu, Alejandro Aravena, Rotor, Jain Bijoy e Marta Maccaglia, dentre outros.
O Prémio de Arquitetura Sustentável é uma parceria realizada entre o Museu de Arquitetura Finlandesa, a Bienal Internacional de Arquitetura de Liubliana e a Università Iuav di Venezia. Atualmente é organizado pela Cité de l’Architecture et du Patrimoine e apoiado pela BOUYGUES Batiment International e pelo BNP Paribas Real Estate. Desde 2011 o Prêmio de Arquitetura Sustentável está sob o patrocínio da UNESCO.